segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estrela Suicida - Marina Tsvetaeva

Começo aqui uma série de Estrelas suicidas, muito contrária as pessoas que se apavoram ou/e se esquivam do assunto, o tema suicídio me atrai profundamente, tomando minha atenção para saber detalhes do que levou a pessoa a chegar nele. No Orkut há a comunidade Estrela Suicidas, onde postamos o suicida e alguns trechos sobre ou poesias. No Monster começo com a Marina Tsvetaeva, que vim conhecer suas poesias recentemente.


Marina Tsvetaeva nasceu em Moscou em 1892 e, após uma vida condicionada por
trágicas circunstâncias, suicidou-se em Kazan, em 1941. Filha de um filólogo
ilustre, de origem plebéia, professor universitário e fundador do Museu Puchkin,
e de uma musicista, de ascendência alemã, aristocrata, teve sua infância
marcada, como ela mesma diz, pelo exemplo de dedicação ao trabalho e pelo culto
à natureza (pai), ao mesmo tempo que pelo amor à música e à poesia (mãe). Aos
dezesseis anos tem seu primeiro livro de poemas acolhido pela crítica (Volóchin,
Briussov) como uma revelação.

A partir deste momento abandona seus
estudos musicais e dedica-se
em definitivo à poesia. Conhece a fundo a
lírica européia de seu tempo (especialmente a alemã e a francesa), mas são seus
conterrâneos (Blok, Akhmatova, Biéli, Mandelstamm, Maiakóvski), a
Rússia e
seus temas que suscitam a pujança de sua expressão poética.

Força e
refinamento junto de uma intrigante angulosidade e diversidade de estilo e de
argumento, aliados a uma expressão rítmica das mais felizes situam-na, na
moderna poesia russa, entre seus últimos grandes representantes: Pasternak,
Mandelstamm e Akhmatova.

Aurora Bernardine publicada na Revista ATRAVÉS
1 de janeiro de 1983 - Editora Martins Fontes.




Aqui uma poesia com duas traduções

À VIDA

Não roubarás minha cor
Vermelha, de rio que estua.
Sou recusa: és caçador.
Persegues: eu sou a fuga.

Não dou minha alma cativa!
Colhido em pleno disparo,
Curva o pescoço o cavalo
Árabe -
E abre a veia da vida.

(Trad. Haroldo de Campos)


À VIDA

Não colherás no meu rosto sem ruga
A cor, violenta correnteza.
És caçadora - eu não sou presa.
És a perseguição - eu sou a fuga.
Não colherás viva minha alma!
Acossado, em pleno tropel,
Arqueia o pescoço e rasga
A veia com os dentes - o corcel
Árabe

(Trad. Augusto de Campos)


fonte

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