sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Uma Língua

       http://www2.uol.com.br/millor/aberto/textos/005/013.htm

CANÇÃO RETORNO PARA UM AMIGO À MORTE
(Tradução de Millôr Fernandes)
Alisa a testa suada do rapazToca o talo nu ali escondido
Protegido nesse ninho farpado sombrio da semente
Então seus olhos castanhos ficam vivos
Antes afago pensava ele era domínio
Essas aí não são suas mãos são as minhas
E seguras, minhas mãos buscam se impor
Todo conhecimento do jorro viril do meu senhor
O gosto perfumado que retém minha língua
É engano instalado e não desfeito
Seus olhos chispantes podem retalhar minha pele bárbara
Forçar toda gravidade a ir embora
Ele vadeia em águas fechadas
Sono profundo altera seus sentidos
A meu único rival eu devo obedecer
Vai comandar nosso duplo renascer:
O mesmo
Insano
Sustenta
Outra vez.
(os dois juntos junto de nossos próprios corações)
Calei e escrevi
Isto em reverência
Pela coincidência
).
FEEDBACK SONG FOR A DYING FRIEND 
(Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá) © 1985

Soothe the young man's sweating forehead
Touch the naked stem held hidden there
Safe in such dark hayseed wired nest
Then his light brown eyes are quick
Once touch is what he thought was grip
This not his hands those there but mine
And safe, my hands do seek to gain
All knowledge of my master's manly rain
The scented taste that stills my tongue
Is wrong that is set but not undone
His fiery eyes can slash my savage skin
And force all seriousness away
He wades in close waters
Deep sleep alters his senses
I must obey my only rival -
He will command our twin revival:
The same
Insane
Sustain
Again
(The two of us so close to our own hearts)
I silenced and wrote
This is awe
Of the coincidence

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Paulo Leminski

Poesia:

“words set to music” (Dante
via Pound), “uma viagem ao
desconhecido” (Maiakóvski), “cernes
e medulas” (Ezra Pound), “a fala do
infalável” (Goethe), “linguagem
voltada para a sua própria
materialidade” (Jakobson),
“permanente hesitação entre som e
sentido” (Paul Valery), “fundação do
ser mediante a palavra” (Heidegger),
“a religião original da humanidade”
(Novalis), “as melhores palavras na
melhor ordem” (Coleridge), “emoção
relembrada na tranquilidade”
(Wordsworth), “ciência e paixão”
(Alfred de Vigny), “se faz com
palavras, não com ideias” (Mallarmé),
“música que se faz com ideias”
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa), “um
fingimento deveras” (Fernando
Pessoa), “criticismo of life” (Mathew
Arnold), “palavra-coisa” (Sartre),
“linguagem em estado de pureza
selvagem” (Octavio Paz), “poetry is to
inspire” (Bob Dylan), “design de
linguagem” (Décio Pignatari), “lo
impossible hecho possible” (Garcia
Lorca), “aquilo que se perde na
tradução (Robert Frost), “a liberdade
da minha linguagem” (Paulo Leminski)…

domingo, 19 de maio de 2013

Eclipse con Rimbaud




He pasado la mitad de mi vida en la oscuridad.
He descargado camiones de oscuridad.
He bebido toda la oscuridad.
He dormido con la oscuridad.
He amado la oscuridad y me he acostado con ella.
He tocado las piedras de la oscuridad hasta herirme las manos.
He repetido tu nombre en la oscuridad.

Los pescadores cantan en la niebla de la oscuridad.
Los jóvenes sin vida están despiertos en la oscuridad.
Los músicos y las rameras guardan su corazón en la oscuridad.

He soñado con la oscuridad la mitad de mi vida.
He hospedado mi juventud en el cáñamo de la oscuridad.
He desnudado a la oscuridad y gozado con ella.
He acariciado con dedos de pastor el sexo de la oscuridad.

La oscuridad es la oración de los acordeones nublados.
La oscuridad vive en las palabras que descifran la muerte.
La oscuridad habita los suburbios de la belleza.

Dad de ladrar al perro de la oscuridad.
Oíd la lepra sagrada de la oscuridad.

- Juan Carlos Mestre
in La Casa Roja, Calambur

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